sábado, 8 de setembro de 2007

Poesia

É do poeta,
O "sentir" que se espalha
Pelos ares.

Leia-se na dor
Que ele enxerga,
Mas não sente.

Encontre-se no mal
Que ele abraça
Pra dizer que sempre passa

A queimadura
Que há nas coisas belas
De um encontro.

Não entendem:
Sem paixão,
Entrego meus versos.

Não se aceitam
No quinhão
Que me entregam.

Esperam
Verdade
Com mágoas.

Confundem
Saudade
Com lágrimas.

Posso lavar a dor,
Discutir o céu
De corpo e alma.

E repasso
À poesia,
O torpor que acalma.

Minha tia,
Minha mãe,
Minha meretriz.

Poesia,
Do chão
Ao nariz.

Na chuva,
No vento,
No chafariz.

Flores mortas,
Tristeza, alegria,
Amor ou indiferença.

Escrevo,
Pra que leiam,
Se inspirem.

Escrevo,
Pra que leiam,
E até me matem.

Leio,
Pra vocês.
Dou ponto e arremato.

Curtido
Na pimenta
De mundo acabado.

Sendo, não sendo.
Fingido, estancado.
Apenas poeta.

Lucas Borges
05/06/07

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