terça-feira, 7 de julho de 2020

Ela não é minha (segunda feira)

Semana passada ela apareceu
Segunda feira, dia difícil
Típico dela, previsível, mas eu sei,
sou bom de papo, relaxo a conversa.
Depois de seis meses, ainda na calçada, perguntou:
- Me esqueceu?
Não respondi, pedi pra ela entrar e,
Percebi naquele sorriso sarcasmo.
Chamei, senta, fica a vontade
Mas ela quis me abraçar
E é assim que ela me mata!
Vontade era fechar o cinto
Pediria fácil a ela, e até grosseiro:
- Some!
Mas sabe a saudade?
Pois é, deixei ela consumir meu beijo
E mais uma vez ela me libertou,
Pegou minhas mãos, sentou no sofá
Olhou a garrafa no aparador
Ofereci um copo, era cerveja (quente)
Ela falou:
- Não bebo (lembrei)
Eu falei:
- Na segunda eu bebo, relaxa.
Quando eu li nos olhos dela o desejo,
A vontade na língua de engolir meu corpo, gostei
Ela se deitou no escárnio do nosso suor e gostamos
Daquele jeito só dela, aproveitamos.
Mas lembrei:
- Segunda que vem, outra vez,
Quando eu pegar no sono
Ela some!

Lucas Borges
06/07/2020

Nenhum comentário: