quarta-feira, 17 de março de 2021

O jogo (quarta feira)

Declarei-me o vencido, sem resistência nenhuma
naquela manhã de quarta feira, entreguei os pontos!
É impossível mergulhar naquela piscina dos olhos dela?

É um azul tão lindo, enfim, é uma pena desistir, mas,

eu joguei conversa pra todo lado e nada de beijo!

- E ela?

Parecia não querer, mas também não fugia

E se fugisse, dava ruim pra mim,

aquele metro e oitenta tem pernas suficientes pra correr muito

não acreditava que fazia ela dar tanta risada,

e que houvesse tanta coisa em comum,

Mas quarta feira é dia foda, não passa, não desenrola

Não anuncia o fim de semana,

É dia que nunca desfruta, nunca se entrega,

E ela nunca se entrega, misteriosa,
É assim que ela me mata

- E eu?
Nunca soube virar esse jogo,

Minha carne é fraca, meu cérebro é que é idiota:

Um perdedor nato, não sabe conquistar beijo sem intenção

E tá na cara que ela é uma alma livre, prefere amizade.

A liberdade dela é linda, apaixonante aquele voo que ela faz da vida

e é o motivo pelo qual este jogo eu não poderia ganhar:

Doze rounds em pé e perdendo por pontos, sete a 1,

Xeque mate em toda jogada que eu faço

Eu puxo as cartas ela pede truco com todas as manilhas na mão

É foda, mas eu não poderia ganhar, desisto, ela é linda demais

- E eu?

Apenas um perdedor nato e devidamente conformado!

Lucas Borges
17/03/2021

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